Berlinda de Nossa senhora de Nazaré encanta com suas cores e flores Foto: Círio de Nazaré |
O evento mais significativo em termos de turismo no Pará acontece em Belém, capital do estado, que praticamente vive e respira o Círio o ano inteiro. Quando a festa se aproxima, em meados do dia 15 de setembro, se percebe o quanto ela é importante para a cidade e para a Amazônia como um todo, em diversos sentidos, dentre eles o econômico, já que a movimentação no comércio chega a ser até maior do que o Natal. É por isso que para muitos, o Círio é considerado o “Natal dos paraenses”, não no sentido propriamente religioso, mas por tudo o que a festa proporciona, especialmente quanto ao encontro e confraternização das famílias.
Belém, como principal porta de entrada da Amazônia, é o centro de convergência cultural da região, contendo mostras de tudo o que é vivido por quem habita a região mais rica do planeta, guardiã de quase 50% de todos os atrativos naturais da Amazônia. A história do Círio se confunde com a própria história da região. A preparação para o Círio dura praticamente todo o ano, mas é com a proximidade da chamada “Quadra Nazarena”, que essa preparação ganha maior importância.
Tradição - O Círio é hoje o principal evento de atração turística ao Pará e transcende o sentido religioso, ocupando lugar também de destaque nos ramos cultural e econômico, abrangendo todos os setores na cidade. Com 223 anos de tradição, o Círio de Nazaré faz parte do calendário nacional como uma das maiores festas religiosas do mundo.
Tacacá, prato típico da culinária do Pará |
A festa também é responsável pela difusão da culinária paraense, a mais original do Brasil, resultado de influências indígenas, africanas e portuguesas, que por sinal estão refletidas nas expressões da cultura do Pará. As iguarias gastronômicas mais tradicionais têm a ver com a realização do Círio e o tradicional almoço depois da grande procissão. Maniçoba e pato no tucupi são os pratos principais do cardápio da reunião das famílias e o cheiro dos ingredientes toma conta de toda a cidade dias antes da festa.
Turismo - Entre os mais de 2 milhões de romeiros que participam do Círio no domingo e que tomam conta das ruas de Belém, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos do Pará (Dieese) e da SETUR, mais de 84 mil são turistas oriundos de diversos países e outros estados do Brasil. Como resultado, vai gerar uma receita aproximada de US$ 30 milhões nesta edição de 2015.
O Círio em si, acontece apenas na manhã do segundo domingo de outubro, mas a programação oficial na verdade envolve 11 romarias com mais de 100km de percurso, se somadas, e uma grande maratona de visitas da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em Belém e a outros estados que também realizam o Círio, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, Amazonas e Amapá.
A programação foi aberta ainda na quarta-feira que antecede a grande procissão, com a inauguração da decoração da Praça Santuário, da iluminação dos arcos e da Basílica Santuário de Nazaré, da feira de artesanato e do tradicional arraial. Na quinta-feira, acontece o lançamento do manto que adorna a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, uma verdadeira jóia que é trocada todos os anos e é considerada um dos ícones da festa. No mesmo dia acontece um grande concerto mariano na Basílica Santuário.
Sexta-feira, ainda de madrugada, começam a chegar os romeiros de diversos municípios que caminham dezenas de quilômetros até Belém como forma de pagar suas promessas. Em frente à Basílica Santuário tem início a primeira das 11 romarias, o traslado para Marituba e Ananindeua, municípios na região metropolitana de Belém. É a mais extensa romaria, chegando a percorrer cerca de 110 km com diversas paradas para receber homenagens. A imagem segue em um carro da Polícia Rodoviária Federal cercada por outros carros, motocicletas e bicicletas e emociona os fieis que aguardam a passagem da imagem em calçadas e passarelas, especialmente na principal via de acesso a Belém, a Rodovia BR316.
Auto do Círio - Na noite de sexta também acontece o tradicional Auto do Círio,quando artistas da cidade em plena integração ao patrimônio histórico material de Belém, prestam sua homenagem à Virgem de Nazaré se integrando com as comemorações do Círio.
Romaria Fluvial - Depois de uma noite de vigília, a imagem segue nas primeiras horas da manhã de Ananindeua para Icoaraci, distrito de Belém, na Romaria Rodoviária. Na orla do distrito, depois de uma missa campal, tem início a Romaria Fluvial, realizada no sábado às 8h, véspera do Círio de Nazaré, pelas águas da baía do Guajará, seguida por centenas de embarcações de diversos tamanhos, todas enfeitadas. Esta romaria é uma das mais novas do calendário, criada na década de 1990 pelo então presidente da Paratur Carlos Rocque.
Moto Romaria - Já na orla de Belém, a imagem é recebida com honras de Chefe de Estado, na Escadinha do Cais do Porto, às 11h. Tem início então outra romaria, a dos motociclistas, que conduz a imagem até o Colégio Gentil Bittencourt, onde pela parte da tarde uma missa dá início à Trasladação.
Procissão do Círio de Nazaré - Foto: Jean Barbosa |
Trasladação - Com percurso inverso ao do Círio, a Trasladação possui praticamente os mesmos elementos da grande romaria, sendo que à noite, quando a temperatura é mais amena e também conta com as luzes das velas carregadas pelos fieis até a Catedral Metropolitana. Na manhã do segundo domingo de outubro um verdadeiro mar de gente toma conta das ruas de Belém para a passagem da berlinda enfeitada que conduz a imagem peregrina. A programação dura ainda mais duas semanas, com a realização das demais romarias e também de diversos eventos ligados à festa, encerrando com um espetáculo com fogos de artifício à noite e na manhã seguinte a realização da última e mais curta romaria, o Recírio.
Círio - No segundo domingo de outubro, acontece a mais tradicional festa religiosa do Pará, o Círio de Nazaré, em homenagem à padroeira do povo paraense e Rainha da Amazônia: Nossa Senhora de Nazaré. A procissão inicia às 7h, depois da tradicional missa que começa às 5h30 da manhã, em frente à Catedral da Sé, na Cidade Velha. De lá, a Imagem da Virgem percorre cerca de 3,600 Km de distância, para chegar até a Praça Santuário de Nazaré. Promesseiros, devotos, fiéis, pessoas de todos os lugares do mundo vêm a Belém para participar da Festa.
Realizada em Belém há mais de dois séculos, o Círio é umas das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. A devoção remonta ao início da colonização portuguesa. O termo Círio vem da palavra latina “cereus”, que significa vela ou tocha grande. Por ser a principal oferta dos fiéis nas procissões em Portugal, com o tempo, o termo passou a ser sinônimo da procissão de Nazaré aqui em Belém e de muitas outras pelas cidades do interior do Estado.
A cada ano, um número maior de romeiros é atraído para participar do Círio. A procissão reúne aproximadamente dois h2hões de pessoas numa caminhada de fé pelas ruas da capital paraense, um verdadeiro espetáculo em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus. Durante todo o trajeto, são prestadas várias homenagens à Imagem de Nossa Senhora, além dos promesseiros que realizam diversas manifestações de fé. Neste dia, as ruas e casas se enfeitam especialmente em homenagem à Santa. Após a grande procissão, a Imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário para a visita dos fiéis durante 15 dias – Quadra Nazarena.
Esses aspectos tornam o Pará um destino turístico diferenciado e prioritário na Amazônia e cabe à Secretaria de Estado de Turismo (Setur) posicioná-lo nos mercados regionais, nacionais e internacionais. Quem vem ao Pará para o Círio, precisa mesmo conhecer o que o estado tem mais para oferecer e desfrutar das maravilhas dessa verdadeira obra prima da Amazônia. Uma dica importante é, na hora escolher entre os cerca de 200 produtos que estão em oferta no Pará, ficar atento à singularidade desses produtos, únicos no Brasil e no mundo, carregados de valores como a originalidade, criatividade, autenticidade, diversidade e a sustentabilidade, marcas registradas de tudo que se relaciona à Amazônia, segunda marca mais desejada do mundo.
Pará: A Obra-Prima da Amazônia em 8 dias e 7 noites
1º dia, Belém
Mercado do Ver-o-Peso, em Belém do Pará
Foto: Heitor e Silvia
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Manhã: café da manhã paraense, visita ao Mangal das Garças. Almoçar no restaurante do Mangal Tarde: passeio fluvial pela baía do Guajará e rio Guamá.
Noite: jantar em Belém, gastronomia fusão.
2º dia, Belém
Manhã: visitar o Mercado Ver-o-Peso, passear pelo Centro Histórico (Forte do Presépio, Museu do Encontro, Catedral da Sé, Teatro da Paz, Parque da Residência) e almoçar na Estação das Docas.
Tarde: visitar o Museu Emílio Goeldi, comprar no espaço São José Liberto, de produção e venda de Jóias da Amazônia.
Noite: jantar em restaurantes de Belém.
3º dia, Arquipélago do Marajó
Manhã: viagem de barco para Salvaterra. Passear pela cidade e Praia Grande, visitar a Vila de Joanes, almoçar nas barracas de praia.
Tarde: traslado para Soure. Passear pelas ruas de antigos casarões e entardecer na orla do rio Paracauari.
4º dia, Arquipélago do Marajó
Manhã: visitar a comunidade da Praia do Pesqueiro e almoçar na comunidade.
Tarde: visitar uma das fazendas marajoaras, conhecidas por seus campos alagados e pela criação de búfalos e cavalos.
Noite: jantar com show de danças folclóricas.
5º dia, Arquipélago do Marajó
Manhã: visitar um ateliê de cerâmica e o Centro de Processamento do Artesanato do Couro de Búfalo.
Tarde: embarque de retorno para Belém.
Noite: jantar em Belém, gastronomia local.
6º dia, Alter do Chão
Manhã: vôo Belém/Santarém e translado para Alter do Chão
Tarde: banho de rio ou passeio na praça da vila, onde se encontram lojas de artesanato com produtos de comunidades ribeirinhas e tribos indígenas da região
Noite: jantar com pratos à base dos peixes da região, como o tucunaré, costelas de tambaqui, bolinhos de piracuí, omelete de aviú.
7º dia, Alter do Chão
Em Alter do Chão você poderá apreciar o encontro dos rios Amazonas e Tapajós.Foto: Heitor e Silvia |
Manhã: travessia do Lago Verde em catraia (canoa tradicional da região) em direção a Serra da Piraoca. Visitar a Floresta Encantada e almoçar na Praia do Amor.
Tarde: descanso na Praia do Amor.
Noite: jantar nos restaurantes da orla de Alter do Chão.
8º dia, Alter do Chão
Manhã: passear por Belterra, cidade patrimônio nacional, visita Maguari, uma comunidade de seringueiros na Floresta Nacional do Tapajós. City tour pela parte histórica da cidade de Santarém.
Tarde: passear na orla de Santarém e apreciar o encontro das águas do Rio Amazonas com o Rio Tapajós no Mirante do Rio Tapajós.
Noite: vôo Santarém/Belém. Jantar em Belém e assistir a algum local de música paraense.
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